Dado aos últimos acontecimentos e os esforços de Maduro para não ter concorrentes nas eleições, os Estados Unidos tomaram a decisão de retomar as sanções impostas à Venezuela. A princípio, o país proibiu as negociações com mineradoras do país e ameaçou fazer o mesmo com a indústria petrolífera, caso o autocrata venezuelano insista nas manobras eleitorais. 91f44
Ainda no ano ado, quando María Corina Machado se lançou como pré-candidata à presidência, a Controladoria Geral da Venezuela a classificou como inelegível por 15 anos. A determinação, de acordo com o órgão, fazia parte de uma investigação aberta contra María em 2015, quando ela ainda era deputada.
À época, o órgão a condenou por “irregularidades istrativas” por supostamente não incluir o pagamento de gratificações alimentares em sua declaração juramentada de bens. O caso teria o ocorrido durante seu mandato parlamentar e a determinação deveria ter durabilidade de apenas um ano. A Controladoria, porém alegou que continuou investigando a candidata depois disso e por isso estendeu o tempo da punição.
O líder da oposição na Venezuela, Juan Guaidó, ressalta que a desqualificação é ilegal e que María Corina Machado tem sido vítima de perseguição. Em 2019, pouco depois do pleito presidencial que elegeu Maduro em 2018, ela foi acusada de participar de “uma rede de corrupção” liderada por Guaidó.
Juan Guaidó concorreu contra Nicolás Maduro à presidência da Venezuela em 2018, e, na época, foi reconhecido como presidente interino da Venezuela por 50 países, incluindo o Brasil. Essas e outras diversas nações não reconheceram a reeleição de Maduro e organismos internacionais consideraram o pleito como “fraudulento”.
Ainda no ano ado, em dezembro, Corina tentou recorrer no Supremo Tribunal da Venezuela sobre a decisão de inelegibilidade da Controladoria. A resposta veio neste domingo (27): além de manter o veto, a Suprema Corte venezuelana ainda desqualificou seu possível substituto, Henrique Capriles, que já foi candidato à presidência duas vezes na Venezuela.
Em recente declaração, a opositora de Maduro ainda disse que tem interesse em se encontrar com Lula e que não houve oportunidade. O Palácio do Planalto e o Itamaraty ainda não esclareceram se a equipe de Corina entrou em contato para viabilizar um encontro entre os dois ou se há algum tipo de negociação nesse sentido.
A intermediação do acordo com os Estados Unidos não foi a única vez que Lula estendeu a mão para a Venezuela. Parceiros de longa data, o mandatário brasileiro fez diversos acenos a Maduro e chegou a sair em defesa do regime venezuelano. Em algumas afirmações, disse que o conceito de democracia era “relativo” e que a Venezuela “tem mais eleições que no Brasil”.
As alegações geraram diversas críticas ao petista que, ainda no ano ado, recebeu Maduro com honrarias de chefe de Estado em solo brasileiro às margens da Cúpula da América do Sul. Após reuniões bilaterais com o venezuelano no Palácio do Planalto, Lula ainda afirmou que o autocrata era vítima de uma “narrativa de antidemocracia e autoritarismo”.
Contudo, vale ressaltar que Maduro é acusado de prender, perseguir e ass opositores políticos. Além das claras tentativas citadas acima de corromper o sistema eleitoral venezuelano para se manter na presidência de seu país.
A aproximação entre Lula e o governo venezuelano acontece desde Hugo Chávez, antecessor de Maduro e de quem o petista era um grande amigo. Chávez ficou à frente da Venezuela por mais de uma década e é apontado como o responsável por impor o regime ditatorial ainda vigente no país.
Até a eleição de Chávez, o país era governado por "partidos tradicionais" e, desde que ele se tornou presidente, ou a implementar um regime conhecido como Revolução Bolivariana, que se denomina socialista, implementa interesses nacionais de esquerda, é contra a globalização, e também se posiciona contra as políticas adotadas pelos Estados Unidos.